RESUMO: Neste artigo, analisamos os efeitos da transferência da gestão de Centros de Educação Infantil do setor público para o privado para o atendimento à Educação Infantil pública em Campinas-SP. Os aportes financeiros para a sua consecução provinham do governo municipal, por meio da aprovação do Programa de Atendimento Especial à Educação Infantil (PAEEI) no ano de 2007. Focamos a análise nas matrículas públicas e privadas, nos repasses de recursos às instituições privadas e nas características gerais do PAEEI, no período de 2007 a 2014, compreendendo o primeiro ano de vigência do PAEEI, seguindo até o último para o qual os dados estavam disponíveis. Para tal análise, levantamos a legislação ligada ao Programa, as matrículas e os relatórios municipais de acompanhamento e financiamento. Os resultados mostraram que o PAEEI materializou tendências relacionadas à Nova Gestão Pública, abrindo espaço para a constituição de uma “rede” de provedores privados, os quais, além de disputarem a gestão e os recursos públicos, se tornaram atores de destaque na execução da política de Educação Infantil campineira; isso provocou desigualdades no atendimento à criança pequena e direcionou esta etapa da educação básica sob o interesse do setor privado, movimento que denominamos de privatização.
ABSTRACT: In this article we analyzed the effects of transferring the management of Early Child Education Centers from the public sector to the private sector in Campinas-SP and its effects for the provision of child education public schools. With the financial support coming from the city government, as sanctioned by the Program for Special Assistance to Early Childhood Education (PAEEI) in 2007, we focused on the analysis of public and private enrollments; the transfer of resources to private institutions and the general characteristics of PAEEI. The study covered the period from 2007 to 2014; from the first year of validity of the PAEEI to the last one for which data was available. We analyzed the legislation related to the Program, schools records and municipal reports for monitoring and financing the Program. The results showed that PAEEI materialized tendencies related to the New Public Management, making way for the constitution of a “network” of private providers, which, in addition to competing for public management and resources, became prominent players in the enforcement of Early Childhood Education policies in Campinas, leading to inequalities in the care of young children, subordinating this stage of schooling to the interests of the private sector, a movement we call privatization.
RESÚMEN: En este artículo analizamos los efectos, para la asistencia a la educación pública de la primera infancia en Campinas-SP, de la transferencia de la gestión de los centros públicos de educación de la primera infancia (CEI) al sector privado, cuyas contribuciones financieras provenían del gobierno municipal, una condición inaugurada mediante la aprobación del Programa de Asistencia Especial para la Educación de la Primera Infancia (PAEEI) en 2007. Nos centramos en el análisis de las inscripciones públicas y privadas, en la transferencia de recursos a instituciones privadas y en las características generales de PAEEI. El estudio abarcó el periodo de 2007 a 2014, que comprende el primer año de validez del PAEEI, continuando hasta el último para lo cual los datos estuvieron disponibles. Para el análisis, investigamos la legislación relacionada al Programa, las inscripciones y los informes municipales para monitorear y financiar el Programa. Los resultados mostraron que PAEEI materializó tendencias relacionadas a la Nueva Gestión Pública, abriendo espacio para la constitución de una "red" de proveedores privados que, además de competir por la gestión y los recursos públicos, se convirtieron en actores destacados en la ejecución de la política de educación de la primera infancia, en Campinas, generando desigualdades en el cuidado de los niños pequeños y dirigiéndolos desde esta etapa de la escuela bajo el interés del sector privado, un movimiento que llamamos privatización.